Foto: Keiny Andrade
A paulistana Doralice Severo da Cruz Teixeira, de 64 anos, é a nova Coordenadora Geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde. Presidente da Associação Brasileira de Saúde Bucal Coletiva (Abrasbuco) e Pesquisadora na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP), a Cirurgiã-Dentista será a primeira mulher negra a ocupar o cargo, responsável pela ampliação qualificada da assistência odontológica em âmbito nacional.
Em sua primeira entrevista à frente da Coordenadoria, a pesquisadora e ex-coordenadora da Área Técnica de Saúde Bucal do Município de São Paulo conversou com o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) durante o último dia do 40º CIOSP e falou sobre suas expectativas e desafios com a nova função, principalmente em relação ao povo originário Yanomami, que passa por uma forte crise humanitária, assolado pela malária e desnutrição grave.
“O Ministério da Saúde está centrando forças lá. O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami está sendo reestruturado para poder receber os profissionais de saúde. Neste primeiro momento é importante tirar essas pessoas do estado de desnutrição, obviamente. Depois, queremos recompor os Cirurgiões-Dentistas, Técnicos de Saúde Bucal, e Auxiliares de Saúde Bucal na equipe multiprofissional de saúde indígena”.
Meta de 100 dias
Em conjunto com o Governo Federal, a coordenadora disse que a pasta estabeleceu algumas proposições para os primeiros 100 dias de trabalho, entre elas a sanção do Projeto de Lei 8131/2017, que institui a Política Nacional de Saúde Bucal no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e altera a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.
A Cirurgiã-Dentista contou, ainda, que teve uma conversa inicial com a nova equipe para identificar e encontrar soluções voltadas às pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Segundo a Dra. Doralice, outro projeto fundamental para esse início de gestão é diminuir o déficit assistencial decorrente da pandemia de COVID-19. Além disso, reativar Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) que estão paralisados e proporcionar atendimento odontológico para Pacientes com Necessidades Especiais que precisam de tratamento em ambiente hospitalar.
Apoio do CROSP
Por fim, a Cirurgiã-Dentista ressaltou a importância do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo e demais conselhos estaduais no apoio ao desenvolvimento e ampliação de políticas públicas de saúde bucal. “Quando se está em um nível federal, é preciso buscar ter articulação para o fortalecimento da saúde bucal no SUS. Então, por exemplo, o apoio do CFO, dos CROs, da APCD, da ABCD e de todas as pessoas que trabalham no campo da saúde bucal coletiva dá uma segurança para poder trabalhar, pois sei que todos buscam os mesmos objetivos que é o fortalecimento da Saúde Bucal no SUS. A saúde bucal dentro do SUS precisa ser fortalecida, e o CROSP sempre foi nosso parceiro nesse fortalecimento”, concluiu.