No dia 25 de
novembro, o Conselho Municipal de Saúde de São Paulo (CMS-SP), por meio da sua
Comissão de Políticas de Saúde, promoveu o Seminário de Saúde Bucal – Acesso e
Qualidade com o intuito de discutir o cenário atual da oferta de serviços
odontológicos no Sistema Único de Saúde (SUS). A programação, que foi assistida
por mais de 100 profissionais e usuários da rede municipal, contou com
palestras de especialistas e representantes da Secretaria Municipal de Saúde,
entre eles, Marco Antonio Manfredini, tesoureiro do CROSP.

“Para
atingirmos o amplo acesso da população à serviços odontológicos pelo SUS é
preciso ultrapassar obstáculos complexos. Por isso, organizamos essa discussão
entre gestores, trabalhadores e usuários da rede municipal de saúde para que
assim possamos traçar um plano para resoluções de problemas em curto, médio e
longo prazos”, disse Francisco José Carneiro de Freitas, coordenador adjunto do
CMS-SP.

Entre os
problemas trazidos para debate estão a falta de recursos e de continuidade em
políticas públicas voltadas para a saúde bucal, assim como a carência de
profissionais da Odontologia nos equipamentos de saúde municipais. Em 2015,
35,6% das Unidades Básicas de Saúde (UBS) não tinham ao menos um
cirurgião-dentista para atendimento. Em 40% das unidades, o cirurgião-dentista
não contava com uma equipe de saúde bucal composta por auxiliares e técnicos em
saúde bucal.

Também
palestraram durante o seminário o professor titular do departamento de Política,
Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP)
e integrante da Comissão de Políticas Públicas do Conselho Paulo Frazão, e a Coordenadora Municipal de Saúde Bucal, Marta Lopes de
Paula Cipriano.

Políticas
públicas em saúde bucal

Durante sua
palestra, Manfredini citou políticas nacionais que focaram em saúde bucal, como
o programa Brasil Sorridente, iniciado no começo dos anos 2000. “A Política
Nacional de Saúde Bucal cresceu muito entre os anos de 2003 e 2011, em que
vimos uma grande expansão do atendimento odontológico pelo país, a criação de
centros de especialidades odontológicas (CEO) e uma valorização da Odontologia
no SUS”, afirmou o tesoureiro.

Seguindo sua
apresentação, o cirurgião-dentista enfatizou que um dos maiores desafios hoje é
o aparente descaso do atual governo em relação ao acesso à saúde bucal. “Até
agora, o Governo Federal não apresentou nenhum documento escrito sobre
propostas de políticas direcionadas para a saúde bucal”, disse Manfredini.

O tesoureiro
do Conselho também mencionou estudo sobre as perspectivas de usuários do SUS
sobre saúde bucal na cidade de São Paulo. Segundo ele, apesar da população
entender a saúde bucal como uma necessidade, a falta de cirurgiões-dentistas
nas UBSs não mobiliza a população a se organizar para lutar pelo acesso aos
serviços de saúde bucal.