Onze representantes do Grupo de Trabalho (GT) de Educação do
Fórum dos Conselhos Atividade Fim da Saúde (FCAFS) se reuniram, em 23.04, para
dar prosseguimento às pautas que envolvem o funcionamento da modalidade a
distância em cursos de graduação na área de saúde.
Um dos temas tratados foi o debate entorno da definição do
que é educação a distância e o que é passível de ser aplicado no ensino superior.
De acordo com o grupo, isso diz respeito ao desenvolvimento do conteúdo.
Entre os demais tópicos, merecem destaque a avaliação dos
egressos e um levantamento, junto ao MEC, do total de vagas autorizadas e
ociosas dos cursos representados pelos conselhos presentes na reunião. Ao fim
do encontro, houve também o planejamento de uma campanha conjunta e um
documento para barrar o avanço da EaD, com o apoio das entidades de classe para
que não haja o emprego equivocado da modalidade.
Em março de 2018, mais de 50 entidades de classe da área de
saúde lançaram uma nota pública intitulada “Contra a Graduação a Distância na
Área da Saúde”. No documento, as instituições afirmam que a EaD inviabiliza a
integração entre o ensino, os serviços de saúde e a comunidade. Sem essa
conexão, reiteram, não há a interação entre os trabalhadores e as trabalhadoras
da área, estudantes e a população.
“A formação na área da saúde exige o desenvolvimento de
habilidades e atitudes que não podem ser obtidas sem o contato direto com o ser
humano”, diz a nota.
Tampouco a modalidade de EaD deve ser justificativa para
ampliar o acesso à educação. É necessário levar em consideração as
particularidades de cada curso ao rever tais políticas. Nesse sentido, o
Conselho Nacional de Saúde (CNS) se posicionou contrariamente à aplicação da
EaD em todo e qualquer curso através da Resolução 515, de 2016. Ainda assim,
atualmente, ocorre um “crescimento exponencial e desordenado da EaD na área de saúde”.
Entre as instituições que assinam o manifesto, estão Conselho Regional
de Odontologia de São Paulo, Conselho Federal de Odontologia, Associação
Brasileira de Ensino Odontológico, Associação Brasileira de Educação Médica e
Associação Brasileira de Enfermagem.