Com o objetivo de reforçar os cuidados com a saúde bucal de pessoas com Parkinson, no dia mundial de conscientização da doença, 11 de abril, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo – CROSP destaca que as medidas educativas e preventivas contra doenças bucais garantem mais qualidade de vida a esses pacientes. Devido às limitações ocasionadas pela doença, o tratamento odontológico demanda técnicas especiais de atendimento.
O Parkinson é a segunda doença neurológica degenerativa, ou neurodegenerativa, mais comum entre os adultos acima de 65 anos. Ela é causada pelos danos às células da região negra do cérebro, onde é produzida a dopamina – neurotransmissor que, entre outras funções, é responsável pelos movimentos.
Estima-se que, no Brasil, cerca de 200 mil pessoas tenham a doença, que acomete os sinais motores do indivíduo e caracteriza-se por tremores em repouso, rigidez nos músculos, lentidão nos movimentos, postura encurvada, marcha com passos progressivamente encurtados e acelerados e, também, os sinais não motores, como: demência, depressão, transtornos do sono, distúrbios gastrointestinais e alterações na fala e na escrita.
A cirurgiã-dentista Dra. Juliana Franco, especialista em Odontologia para Pacientes Especiais e doutora em Patologia Oral e Maxilofacial e Pacientes Especiais, alerta sobre a importância de planejar o tratamento para esses pacientes. “Deve ser realizado um plano de tratamento odontológico individualizado que considere o estágio atual e a progressão da doença”.
A cirurgiã-dentista ressalta que para realizar tratamentos odontológicos para pacientes com Parkinson é importante posicioná-los na cadeira odontológica de forma confortável, utilizando apoios ou colchões de estabilização que garantam sua segurança. A aspiração efetiva da cavidade oral durante os procedimentos evita o risco de disfagia e broncoaspiração, e a utilização de abridores de boca mantenedores de abertura bucal diminui o esforço do paciente durante o procedimento, o que também reduz riscos de acidentes. Em alguns casos, são usadas técnicas anestésicas que reduzem os quadros de dor e estresse.
A especialista frisa, também, que a prevenção, aliada à preparação dos familiares ou cuidadores para a higienização oral da pessoa com Parkinson, e consultas regulares ao cirurgião-dentista, são a melhor forma de manter a saúde bucal de pacientes com doenças neurodegenerativas.