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CROSP reforça a importância da especialidade da Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais

O atendimento odontológico para Pacientes com Necessidades Especiais tem algumas especificidades que precisam ser observadas pelo Cirurgião-Dentista. Por conta disso, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) reforça a importância da especialização para os profissionais que atuam ou pretendem atuar com esse grupo.

Dentre as especificidades necessárias está a adaptação dos consultórios, que precisam ser acessíveis, assim como o uso da técnica “Dizer/Mostrar/Fazer” (método que consiste em mostrar, antecipadamente, o que será feito no procedimento odontológico), utilizada para atendimentos a pacientes com Autismo, por exemplo.  

Em atenção ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, em 3 de dezembro, vale pontuar que a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apurou que, em 2019, 8,4% da população brasileira acima de 2 anos (17,3 milhões de pessoas) tinham algum tipo de deficiência. Além disso, a pesquisa apresentou também que 24,8% da população idosa (8,5 milhões de pessoas) desenvolveram algum tipo de deficiência.

Esses dados indicam a importância da atenção à Saúde Bucal das Pessoas com Deficiência (PCD), seja física, visual, auditiva ou de alterações sensoriais, congênita ou adquirida.

A Odontologia para Paciente com Necessidades Especiais (OPNE), reconhecida oficialmente como especialidade em 2002, busca cada vez mais avançar as técnicas de atendimentos odontológicos, visando garantir melhores acolhimentos a esses pacientes.

É importante que o Cirurgião-Dentista estabeleça uma relação de proximidade e confiança com esse paciente, pois, apesar de os atendimentos odontológicos serem, a princípio, os mesmos para todos, os realizados para o grupo PNE tem que contar com alguns protocolos que são efetivos e fazem diferença na hora da consulta.

Para a Cirurgiã-Dentista Dra. Stella Maris Badino Abani Krahembuhl, especialista em Odontologia para PNE e secretária da Câmara Técnica de Odontologia para Pacientes Com Necessidades Especiais (OPNE) do CROSP, é preciso estar atento a algumas particularidades no atendimento a esses pacientes. “A importância neste tipo de atenção aos indivíduos com necessidades especiais e/ou pessoas com deficiência consiste na maior complexidade que estas iniciativas de Atenção à Saúde envolvem, em que integram ações especializadas compartilhadas e pertinentes à Odontologia, Medicina, Fonoaudiologia, Psicologia e dentro das Terapias Ocupacional, Educativas e Sociais. Conforme é previsto pelas atuais Políticas Públicas em Saúde vigentes”.

É importante ressaltar que o envolvimento direto dos membros da equipe odontológica e multidisciplinar com o paciente será fundamental nesses atendimentos.

Especificidades de cada necessidade

Para pacientes com surdez, por exemplo, é preciso que o Cirurgião-Dentista sente-se frontalmente a eles, de forma que esse paciente identifique o profissional e consiga registrar as expressões faciais e linguagem gestual dele como forma de comunicação, esclarece Dra. Stella Maris. Ela reforça que, caso haja a necessidade de comunicação por Libras, o intérprete deverá estar posicionado ao lado do especialista, principalmente na fase inicial de abordagem.

Outra técnica usada é a de dessensibilização e abordagem comportamental, em que o profissional busca falar em tom de voz claro e mais lento que o normal.

Em atendimentos às crianças cegas, outro exemplo, o Cirurgião-Dentista precisa explicar o que será feito, porque às vezes essa criança já desenvolveu medo das consultas odontológicas, mesmo sem nunca ter sido atendida, por conta do que ela já escutou no seu meio social. Assim, esse atendimento tem que ser por meio do tato, além de tentar mostrar o que será feito, antes, utilizando também a Técnica de Ludoterapia gestual do “Dizer/Mostrar/Fazer”.

Para os pacientes com Síndrome de Down, devem ser observadas as condições anatômicas no sistema estomatognático (SE), que é responsável pelas funções de sucção, mastigação e deglutição.

Concluindo, para os atendimentos aos PNEs é importante observar as próprias particularidades clínicas orais e sistêmicas de cada paciente, também o histórico médico, passado e pregresso na consulta inicial e anamnese. Vale ressaltar, ainda, a técnica de abordagem comportamental coadjuvante (Farmacológica ou Não Farmacológica) que será aplicada a esse indivíduo.

Avaliações individuais

A especialista complementa ainda que a atitude psicocomportamental associada ao tipo e grau da deficiência do paciente pode interferir diretamente no diagnóstico e plano de desenvolvimento do tratamento, desde a avaliação de risco e da queixa principal até a edificação e construção deste cuidado e atenção, assim como, também, deverá contar com o compartilhamento das informações e orientações provenientes dos familiares e/ou cuidadores, em relação à comunicação.

Os hábitos, necessidades e convívios destes indivíduos são dados importantes para o Cirurgião-Dentista e para sua equipe auxiliar, pois ajudam a compor a melhor opção da técnica de abordagem que será empregada nesse atendimento e, consequentemente, na condução efetiva e na eficácia do tratamento odontológico.

Sendo assim, a Dra. Stella Maris ressalta a importância do avanço e desenvolvimento e em relação aos cuidados clínicos odontológicos para os pacientes PNEs. “Certamente que o reconhecimento da Especialidade em OPNE pelo CFO, conforme CIF – “Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde” da ONU em 2001, significou crescimento, avanço e desenvolvimento científico-tecnológico agregados à Inclusão humanizada do grupo de indivíduos PNE/PcD nas terapias pertinentes ao exercício de uma Odontologia especializada e de complexidade, integrando e interagindo o Cirurgião-Dentista Especialista à Equipes multidisciplinares de outras Áreas da Saúde”.

Lei 8080/90

De acordo com as diretrizes e bases da Lei 8080/90 estão: “conferir a universalidade de acolhimento, equidade e integralidade do cuidado, realização e oferta a essa população, segundo o Processo Saúde-Doença, nos três Níveis de Atenção à Saúde: primário/básica; secundário/maior, complexidade especialidades; terciário/hospitalar e serviços; objetivando promoção-proteção, tratamento e recuperação e reabilitação da Saúde, compactuando para elevação dos Níveis Saudáveis individuais e Coletivos desta população (CF/Políticas Públicas no Brasil/SUS 1988), por meio das “Políticas de Inclusão dos PNE/PcD”.

O Brasil é um país que possui e aplica Leis especificas voltadas aos Direitos de Pessoas com Deficiência (CF/Lei 7.853/89), conforme previsto na “Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência” ONU 2008/Brasil 2009, que classifica e define o direito de acesso à Saúde e Serviços pertinentes.

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