A osteoporose é uma doença que deixa os ossos frágeis e porosos e que acomete cerca de 10 milhões de brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso). Por afetar o sistema ósseo e ser uma doença silenciosa, detectada na maioria das vezes em estado avançado, a(o) cirurgiã(ão)-dentista deve estar atento aos sinais que a osteoporose pode apresentar na boca.
De acordo com Mauricio Rebello Moreira Querido, integrante da Câmara Técnica de Implantodontia do Conselho Regional de Odontologia (CROSP), a boca pode manifestar sinais clínicos e radiográficos da doenças. Os mais comuns são a baixa densidade do osso, observada no momento da perfuração óssea para a colocação de implante; e a menor espessura da cortical e trabéculas ósseas maiores (mais espaçadas) em uma radiografia.
“O exame mais comum de ser feito na boca para identificar a osteoporose é a radiografia panorâmica. Este exame permite observar as trabéculas ósseas, o volume de osso e algumas características da cortical, normalmente melhor observada na base da mandíbula”, acrescenta o profissional.
Além de silenciosa, a osteoporose também é uma condição cujo risco aumenta conforme a idade do paciente. O especialista recomenda aos profissionais da Odontologia ficarem atentos a essa doença, assim como outras patologias que podem se manifestar na boca.
“É responsabilidade da(o) cirurgiã(o)-dentista cuidar da saúde de seu paciente como um todo. Não somente observar dentes e gengiva. Faz tempo que a odontologia deixou de ser somente isso. Quando tratamos do nosso paciente, devemos ter um conhecimento geral de sua saúde e, se for o caso, solicitar os exames necessários para o correto diagnóstico”, afirma.
Osteoporose e o tratamento odontológico
A presença da osteoporose pode afetar a estabilidade dos dentes na boca, por isso, é importante constatar se o paciente possui a doença antes do início do tratamento. No caso de implantes osseointegráveis, a osteoporose não é um impeditivo segundo o cirurgião-dentista. “O paciente com a doença pode receber implantes e a taxa de sucesso é muito semelhante a do paciente que não tem a doença”, explica.
Ainda de acordo com ele, o maior problema para esses pacientes são alguns medicamentos suplementares que podem gerar necroses nos maxilares, os mais comuns sendo os bifosfonatos. “Uma simples limpeza de rotina, ou até uma pequena cirurgia bucal pode ocasionar uma osteonecrose na boca. É muito importante que o cirurgião-dentista fique atento aos medicamentos que nossos pacientes estão tomando para evitar complicações”, finaliza.