É na adolescência que muitos garotos e garotas se deparam com a experiência do uso de drogas. Geralmente, a autoestima desses jovens é baixa e a falta de cuidados pessoais, incluindo a higiene bucal, vem associada. Nesse contexto, a Cirurgiã-Dentista e membro da Câmara Técnica de Ortodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dra. Miriam Abdo de Camargo Pinheiro, destaca que o papel do Cirurgião-Dentista é importante no sentido de reconhecer e alertar o jovem sobre as implicações que esses hábitos podem trazer à sua cavidade oral:
* Maconha: a mais comum entre os adolescentes, provoca a xerostomia (baixa produção de saliva – boca seca), que facilita a predisposição à cárie e às infecções por fungos “sapinho” (cândida albicans). Além disso, os jovens costumam relatar que, após o uso da maconha, quando já está passando seu efeito, é comum ter uma fome exacerbada (a famosa “larica”), que geralmente traz o anseio por alimentos ricos em carboidratos. Associada à falta da salivação adequada e à falta de higienização adequada, é uma porta aberta e facilitadora para o aparecimento da cárie, gengivite e demais doenças oportunistas.
* Cocaína: a sua inalação pode provocar a necrose do assoalho respiratório, que faz comunicação com o teto da cavidade oral. Outra forma de utilização da cocaína é o esfregaço da mesma na gengiva para potencializar o efeito e a rapidez de absorção da droga, o que pode provocar a irritação da mucosa bucal, podendo levar à necrose dos tecidos gengivais, assim como o desgaste das superfícies dentárias friccionadas com a droga.
* Crack: a utilização do crack leva à ocorrência de lábios secos e queimados, necrose da gengiva e da mucosa oral, grande retração gengival e necrose óssea, aparecimento de cáries severas que podem evoluir para tratamentos de canal, e até a perda dos dentes, em um total abandono de si.