Questões pertinentes à educação, saúde e inclusão de pessoas
com autismo foram tratadas em audiência pública na Assembleia Legislativa de
São Paulo (ALESP), no dia 24.08, que contou com a presença de representantes do
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), assim como de outras importantes entidades públicas e da sociedade
civil.
Depois de ouvir relatos de pais e educadores sobre as
deficiências dos serviços públicos prestados a quem vive com o transtorno,
representantes dos governos estadual, municipal e do legislativo se dispuseram
a pensar e planejar novas políticas.
O deputado Fernando Capez, que propôs e conduziu a audiência
pública, sugeriu um novo encontro dos participantes em 40 dias. “Marcamos uma
reunião com o secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, vamos levar as
questões ao prefeito, João Dória, mas também é importante dizer que vimos aqui
que há vários níveis de problemas envolvendo o autismo”, disse.
Durante o encontro –
que contou na mesa de abertura com as presenças de Pollara, da
secretária adjunta da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, Marinalva
Cruz, do presidente do CROSP, Claudio Miyake e do Coordenador do Departamento
Jurídico do CREMESP, Mauro Gomes – o
deputado propôs ainda a criação de um fórum permanente para discutir o assunto.
“Vamos envolver a sociedade civil, as secretarias do estado e
do município, membros do judiciário e as entidades de classe aqui na Assembleia
Legislativa para nos atualizando dos temas, do que já foi ou precisa ser
feito”.
Convidado pelo deputado, o presidente do CROSP, participará
do Fórum. “Com certeza participaremos e proponho ainda a presença da Dra.
Adriana Zink que tem profundo conhecimento do assunto”, comentou.
Zink que é presidente da Câmara Técnica de Odontologia para
Pacientes com Necessidades Especiais do Conselho Regional de Odontologia de São
Paulo (CROSP) e Coordenadora Estadual no Movimento Orgulho Autista Brasil,
organizou a audiência e também integrou a mesa de autoridades.
Ela ficou satisfeita com o primeiro encontro, mas disse que
ainda há muito a ser feito em relação ao atendimento do autista. “Inicialmente
precisamos de um censo para saber o número de autistas no Estado. Na DSM V (Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) fala-se em 1% da população.
Essas pessoas precisam de cirurgiões-dentistas que conheçam suas alterações
sensoriais e façam adequações para que favoreçam o atendimento ambulatorial.
Precisamos nos preparar para acolher essa população”.
O secretário municipal de saúde mencionou o registro de 1.340
pacientes em tratamento e apontou como uma das soluções a inserção de
especialistas nos Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
“Podemos começar com o que já temos. Mas é importante
salientar que uma coisa é a lei, outra a adoção orçamentária para fazer as
mudanças”, disse Pollara, que propôs também outras alternativas a serem
discutidas em reuniões futuras sobre o assunto, como a oferta de uma unidade
única especializada.
Representantes
Também compuseram a mesa da audiência Danilo Namo Costa,
representando a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, Tatiana
Amendola, representando a Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado e Ana
Carolina Pegoraro, representando a Secretaria de Estado da Saúde.
Eles explicaram questões pertinentes às secretarias nas quais
atuam e também se dispuseram a levar os encaminhamentos para os gestores das
Pastas.