Foto: Keiny Andrade
Discutir acessibilidade vai além de incluir rampas nas ruas e disponibilizar vagas de estacionamentos especiais. Acessibilidade é sobre garantias de tratamento humanizado e inclusão de pessoas dentro da sociedade por meio de um mundo com menos barreiras e mais igualdade.
No segundo dia da programação científica do 40º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP), a atenção humanizada à pessoa com deficiência foi tema da palestra ministrada pelas Cirurgiãs-Dentistas Dra. Adriana Zink e Dra. Juliana Franco, membros das Câmaras Técnicas do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).
Aos congressistas presentes, as especialistas falaram sobre a importância do atendimento ao paciente com necessidade especial no ambulatório e do paciente hospitalizado, sobre a atuação do Cirurgião-Dentista e a melhora na qualidade de vida do paciente.
“Sempre ouvimos falar que precisamos ter empatia, nos colocarmos no lugar do outro. Mas será que a gente realmente coloca isso em prática? Além da fala, precisamos criar ferramentas de inclusão. O Cirurgião-Dentista precisa pensar nisso, em atendimento humanizado”, disse a Dra. Adriana Zink.
A especialista disse, ainda, que é importante pensar em acessibilidade de uma forma geral: arquitetônica, metodológica, instrumental, programática, comunicacional e atitudinal. “No Brasil, existem apenas 893 especialistas em Odontologia para pacientes com necessidades especiais, isso é muito pouco”, complementou.
Para a Dra. Juliana Franco, o profissional de Odontologia precisa ir além do atendimento na cadeira do consultório e proporcionar uma atenção especial ao paciente onde for preciso. “Negligenciar é o pior tipo de preconceito que a gente pode ter”, disse a especialista sobre o profissional que nega atendimento por falta de estrutura para pessoas com necessidades especiais.
Por fim, a Cirurgiã-Dentista alertou os congressistas que o atendimento especial não deve ser restrito somente às pessoas portadoras de deficiência física, mas deve abranger, também, pacientes com “doenças invisíveis”, como enfermidades metabólicas, oncológicas, psiquiátricas, transplantados, doenças neurológicas, entre outras.