Foto: Keiny Andrade
A recém-nomeada Secretária da Informação e Saúde Digital (Seidigi) do Ministério da Saúde, Dra. Ana Estela Haddad, que já foi membro de Câmara Técnica do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), palestrou sobre Telessaúde e Teleodontologia no último dia do 40º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP), na Arena CFO.
Antes de iniciar seu conteúdo, Dra. Ana Estela convidou o presidente do CROSP, Dr. Braz Antunes, para fazer uma breve saudação aos participantes. Ele cumprimentou a todos e falou o quanto é essencial São Paulo ter uma representante no âmbito nacional.
“É muito gratificante para a classe e para todo o estado de São Paulo ter você nos representando em uma secretaria tão importante. Tenho certeza que fará diferença, pois você é uma grande incentivadora e batalhadora da Telessaúde e da Teleodontologia, que é o mundo que estamos vivendo. O mundo virtual é fundamental para o diagnóstico e para os tratamentos”, finalizou Dr. Braz Antunes, complementando que o CROSP dará suporte para que a pasta possa executar um bom trabalho em benefício da população e de toda a classe Odontológica.
Em seguida, a palestrante convidou a nova Coordenadora Nacional de Saúde Bucal, a paulista Dra. Doralice Severo da Cruz, que reforçou o quanto é benéfico os órgãos públicos da área da saúde trabalharem sinergicamente. “Há pouco tempo assumimos a Coordenadoria de Saúde Bucal e, nesse evento (40º CIOSP), recebemos o importantíssimo suporte do CFO e de todos os CROs. Nós vamos trabalhar muito, principalmente com a Secretaria da Dra. Ana Estela. Espero que façamos grandes trabalhos”.
Telessaúde e Teleodontologia
Dra. Ana Estela iniciou sua palestra contextualizando que, em dezembro de 2022, a Lei 14.510, que autoriza e disciplina a prática da telessaúde em todo o território nacional, foi promulgada. A partir dela, cabe aos profissionais da classe planejar e, possivelmente, rever as normativas já criadas pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO). A Resolução 228 já contempla a Teleodontologia no SUS. Agora, a Resolução 226 precisa de uma atualização para que tenha um caráter mais amplo.
“A ideia hoje é pensar como a gente pode se organizar para pensar uma resolução, uma norma, e também para pensar na nossa prática, seja no consultório, seja no SUS, pensar em como a gente pode usar a teleodontologia a nosso favor”, disse a Secretária, lembrando que no começo da pandemia a maioria dos profissionais era resistente ao tema, cenário que mudou com o avanço dos casos. Foi o momento que houve uma abertura para a Telessaúde.
Para a especialista, na Teleodontologia há um caráter muito mais amplo do que a assistência ou a teleconsulta, pois tudo o que se faz em Odontologia mediado por tecnologias digitais, seja para fins da atenção, educação, gestão de um serviço ou de um sistema de saúde, promoção e prevenção de saúde, faz parte do escopo que engloba a área.
Ela explicou que a teleodontologia tem diversas interfaces, mas a saúde digital tem um caráter mais amplo, sendo um conjunto de técnicas, práticas, atitudes, modos de pensar e valores que se desenvolvem e crescem de acordo com a evolução digital.
Com base nesses avanços, Dra. Ana Estela destacou que os atendimentos Odontológicos atuais já utilizam recursos tecnológicos como o planejamento digital do sorriso, a cirurgia guiada, o uso de escâneres, a impressão 3D, entre outras técnicas inseridas nesse fluxo digital que vem transformando a área.
Assim, ela destacou algumas vertentes que englobam a teleodontologia: a teleinterconsulta, que é a troca de opinião, à distância, entre dois Cirurgiões-Dentistas sobre um caso clínico; a teleconsultoria, que em um caráter mais amplo acontece quando um Cirurgião-Dentista troca informações com um médico, um enfermeiro ou um agente comunitário de saúde; além dos equipamentos tecnológicos que permitem maiores possibilidades de telediagnósticos, telemonitoramentos e teleorientação.
Outro benefício da telessaúde é a teletriagem, que permite separar casos que podem ser atendidos on-line e os casos que precisam de atendimento presencial, principalmente os de urgência e emergência.
Dra. Ana Estela reforçou que e saúde digital apresenta uma característica antes e depois da Covid-19, e que esse período foi crucial para identificar o que pode ou não se feito no digital. “No SUS há estudos mostrando uma redução dos atendimentos odontológicos em um momento em que só os atendimentos eletivos podiam ser feitos. Isso gerou um represamento, que foi parcialmente resolvido graças à telessaúde e à teleodontologia”.
Para finalizar, a palestrante reforçou que é preciso estar atento à plataforma que será usada para fazer a teleodontologia, apresentou as plataformas utilizadas na Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP), e alertou sobre estar atento, também, à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).