No terceiro dia do 39º CIOSP, a palestra “Saliva e a revolução no diagnóstico em saúde”, integrada ao módulo da Gestação à Maturidade, da Programação Científica do 39º CIOSP, ministrada pela cirurgiã-dentista Dra. Debora Heller, disserta sobre as possibilidades de análises de exames laboratoriais a partir dos fluidos orais, ou seja, por meio da saliva é possível identificar doenças orais e condições sistêmicas.
A saliva tem função antimicrobiana, antifúngica, antiviral, de lubrificação, de gustação e digestão. Ela tem capacidade de tampão, inibe a desmineralização e remineralização dental, além de todas essas importantes funções que ela exerce na boca. De acordo com os estudos da Dra. Debora, também é possível que diagnósticos sejam feitos a partir da coleta da saliva.
Por meio do fluido oral é possível identificar sinais precoces de doenças virais, autoimunes, bacterianas, câncer, doença pulmonar, renal, oral e HVI, além de proporcionar uma melhora no desempenho esportivo. Um dos trabalhos realizados pela Dra. Debora é com o São Paulo Futebol Clube, em que é possível identificar se o atleta tem possibilidade de lesionar-se durante a partida de futebol, partir dos níveis de cortisol.
A especialista destaca oito pontos benéficos de coletar saliva para realizar exames. São eles: amostra mais fácil de coletar, não invasivo, maioria dos analitos presentes, fácil de descartar, fácil de transportar, melhor marcador, baixo custo e preferência dos atletas.
“Quando a gente pensa: o que é possível monitorar pela saliva? A minha resposta é sempre: tudo o que eu a gente consegue monitorar através do sangue. E, às vezes, até melhor”, ressalta a cirurgiã-dentista.
Dra. Debora Heller também é cientista e professora assistente de Odontologia na Universidade Cruzeiro do Sul, pesquisadora no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. É doutora em Biologia Oral (PhD) pela Boston University (EUA), mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre outras especializações.